Conheça Braunschweig uma cidade Alemanha que “respira” história

por TV Câmara publicado 17/09/2012 00h00, última modificação 28/01/2022 09h20
Na série de visitas a cidades alemãs você é convidado a conhecer Braunschweig, localizada a 250 km de Berlin e uma população de aproximadamente 250 mil habitantes. A economia de Braunschweig se baseia na indústria automobilística como a fábrica Volkswagen que surgiu aqui e também da indústria da eletrônica.

Braunschweig é uma cidade histórica e tem como símbolo o Leão. Este símbolo se atribuiu a um rei chamado Henrique, que viveu aqui a mais de 800 anos. Para impor seu poder Henrique usou a simbologia do leão como sinal de força e logo ficou conhecido como Henrique – o Leão.

Assim que chegamos fomos visitar um dos principais castelos que resistiu ao tempo e quase destruído na segunda guerra mundial, hoje todo restaurado abriga um dos principais shoppings da cidade. Do alto deste castelo tem-se uma visão panorâmica de toda cidade. Subimos por volta das 17 horas, e é justamente neste horário que todos os dias o som dos gigantescos sinos das torres das igrejas toma conta da cidade.

Falando em torres, fizemos uma rápida visita à torre da igreja luterana mais alta da Europa. Foi necessária muita disposição para subir os mais de 300 degraus. Algumas pessoas ficaram pelo caminho, mas para que se aventurou valeu apena. O cansaço foi recompensado com visão privilegiada. Como Braunschweig também está localizado numa região de imensas planícies, a nossa visão foi muito além dos limites da cidade.

Em Braunschweig os principais pontos turísticos são as igrejas históricas, ao todo existem 48 igrejas que mais parecem imensas catedrais e todas luteranas. A maioria destruída na Segunda Guerra Mundial, e quase todas Reerguidas originalmente. A igreja mais antiga é a Sé de São Blásio que tem mais de 800 anos de história, construída por Henrique, o Leão. A arquitetura interna é impressionante. Detalhe que chama atenção como um crucifixo de aproximadamente 1000 anos, avaliado em cinco milhões de euros.

No porão desta imensa igreja histórica estão enterradas personalidades ilustres da época, como Henrique o Leão e Matilde. O porão é aberto à visitação e é possível caminhar entre os diversos caixões de bronze.

Em meio a tantas igrejas históricas, visitamos uma que foi destinado aos jovens. Por fora ela é igual às outras, mas por dentro o espírito é jovem, a comunhão é expressa através de dinâmicas e a fé se faz presente no seu jeito de celebrar. 
Um giro pela cidade logo notamos que as bicicletas como em Berlin, aqui também são muito incentivadas. O trem elétrico, os carros e os pedestres todos circulam em harmonia. Pelas ruas é possível caminhar sem correr o risco de ser atropelado. A cidade foi planejada com ruas largas que abrigam centros comerciar, onde circulam apenas pedestres. Aqui você pode fazer suas compras com tranquilidade, fazer o seu passeio ou se preferir tomar aquele café que por aqui tem aos montes. Diferente que na maioria das cidades brasileiras que ainda hoje seguem sem um planejamento.

Em Braunschweig o passado e o presente caminham juntos. De um lado construções modernas com tendências futuristas e do outro, construções seculares de 900 anos. Continuando nosso passeio pela cidade passamos por uma feira livre, assim como no Brasil os pequenos agricultores vende suas colheitas na feira da cidade. A desvantagem é que enquanto no Brasil se planta a ano todo, na Alemanha são só alguns meses no plantar por conta do inverno que logo chega. 

Uma rápida visita a uma casa de diaconisas da Igreja Luterana tivemos a sorte de assistir um conserto. Uma característica do povo alemã é se dedicar a música.

De repente quando menos esperávamos encontramos a estátua de uma lendária figura também conhecida entres os pomeranos. Quem nunca ouviu falar do Uulaspiegel em alemão Till Eulenspiegel. Segundo a história esta simpática figura existiu, ele nasceu próximo a cidade de Braunschweig por volta de 1300. 

Considerado um herói do povo alemão do século 14, Till Eulenspiegel era um malandro camponês, cuja, piadas e brincadeiras se tornaram fonte de muitos contos populares. Os gracejos e piadas, que geralmente dependem de um trocadilho, são amplamente farsa, muitas vezes brutal e às vezes até obscenas, mas por trás de cada travessura sempre tinha um tão de seriedade. Através dos séculos a seu personagem foi caracterizado em muitas obras literárias e musicais, incluindo um poema de Richard Strauss.

Nos três dias que ficamos em Braunschweig as amizades logo se formaram, ficamos hospedados na casa do simpático casal Alfred e Sabine Huge que nos receberam com muita hospitalidade. Eles moram numa casa aconchegante e todos os dias almoçávamos no jardim. Almoçar no jardim é uma das características do povo alemão. 
Alfred é diácono da Igreja Luterana e trabalha como voluntário numa organização não governamental. Juntamente com mais 100 voluntário, eles mantém uma instituição que sacia a fome de mais de 4500 pessoas. A instituição trabalha com doações de alimentos de 60 supermercados e comércios de gênero alimentícios. O trabalho dos voluntários consiste em recolher todos os dias os alimentos próximos a vencer e depois organiza-los para que possam ser distribuídos. Para receber estas doações as pessoas são cadastradas. 

A amizade com a família de Alfred também resultou num passeio que fizemos a monte Wurmberg, uma estação de esqui que no verão funciona como prática de caminhada e ciclismo. Subimos de teleférico aproximadamente 1000 metros. Na parte mais alta fica a pista de esqui, claro, agora desativa que só vai voltar a funcionar em dezembro no inverno. 

Na medida em que convivíamos com os alemães, as amizades se formavam. Numa tarde recebemos um convidados para um churrasco. Seguimos de carro em meio a paisagens belíssimas, a cerca de 30 km de Braunschweig, para um pequeno vilarejo onde fomos recebidos pelo anfitrião Siegfried, que já nos esperava par um gostoso churrasco.

Em torno de uma mesa, numa animada roda de conversa trocamos informações, enquanto eles falavam sobre a cultura alemã, nos falávamos sobre a cultura pomerana no Espírito Santo. Eles ficaram surpresos quando falamos que Santa Maria de Jetibá é o Município mais Pomerano do Brasil. 

A curiosidade deles a respeito dos Pomeranos capixabas era tamanha que do final da conversa não poderia ser diferente, resultou numa das danças mais conhecidas do folclore Pomerano, Her Schmidt. Foram três dias de muito convívio, troca de informações e conhecimentos. Valeu apena.